A SES lançou na manhã desta segunda, dia 2, a partir do Cosmódromo de
Baikonur, no Cazaquistão, com o foguete ILS Proton Breeze M, o seu
satélite SES-6, que ocupará a posição orbital 40,5ºW. Após 15 horas, o
satélite foi finalmente colocado com sucesso em sua órbita de
transferência, onde ficará por cerca de 40 dias para abertura dos
painéis de alimentação solar e testes antes de ser transferido para a
posição definitiva.
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O lançamento tem alguns significados especiais para o Brasil: o mais
importante é que toda a sua capacidade dedicada ao País em banda Ku foi
contratada pela Oi. A empresa fechou todos os 28 transponders de banda
Ku voltados ao país do SES-6. Com isso, a Oi mais do que dobra sua
capacidade atual para DTH e aumenta em 30% a capacidade em satélite que
tem contratada para todos os serviços, inclusive transmissão de dados e
telefonia.
Um contrato de operação tão extenso entre a operadora do satélite e um
cliente como o que celebraram a SES e a Oi não é algo comum. Em geral,
as contratações são por capacidades mais limitadas e feitas Sob demanda.
A opção da Oi foi por assegurar tudo de uma só vez. Com isso, um fato
pouco usual aconteceu: o logotipo da Oi foi colocado no foguete Proton,
que lançou o SES 6. Normalmente, apenas o logo da empresa operadora (no
caso a SES) e da fabricante do satélite seriam colocados, mas a SES
avaliou que o tamanho da parceria justificaria a exceção. Para a SES,
foi a primeira vez que a logomarca de um cliente foi estampada no
foguete.
O SES-6 é um satélite de grande capacidade, com mais de 6 toneladas de
carga de lançamento e que foi fabricado pela empresa europeia Astrium
sobre a plataforma Eurostar E3000, com um total de 43 transponders de
banda C e 48 transponders em banda Ku, dos quais 38 são operacionais na
banda C e 36 na banda Ku. A diferença entre o total de transponders do
satélite e os transponders operacionais se deve à reserva técnica para o
caso de backup ou necessidade de redundância.
Na banda Ku, o satélite opera na configuração de frequências FSS
(fixed-satellite service), o que significa que a Oi poderá utilizar a
capacidade contratada também para operações de transmissão de dados.
Banda C
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Além da Oi, o novo satélite da SES terá um impacto importante para o
mercado de televisão brasileiro. Isso porque o SES-6 substituirá o
satélite NSS 806, que hoje está na posição 40,5ºW e que abriga uma
grande quantidade de canais de TV paga e distribuição de sinais de redes
de TV aberta no Brasil. Estas emissoras serão transferidas
automaticamente pela SES para o novo satélite, de maneira praticamente
transparente para o usuário. Mas como a capacidade em banda C do SES-6 é
50% superior à atual e o satélite opera na banda C planificada, com um
total de 540 MHz de faixa, haverá espaço para novos canais. A SES aposta
na grande demanda por capacidade para eventos esportivos e para a
distribuição de canais de TV paga em alta definição e em feeds
específicos para o Brasil.
Concluída essa transição, a SES moverá o NSS 806 para uma nova posição
(47,5ºW), onde pretende continuar operando no Brasil. Mas isso depende
de a Anatel conceder à SES o direito de operação da posição para o
Brasil (landing rights), já que ela tem potencial de conflito com a
posição 48ºW, esta sim reservada ao País e para a qual a Anatel poderia,
futuramente, fazer uma licitação. Tanto o 806 quanto o SES-6 terão
capacidade de subida e descida de sinais partindo ou chegando no Brasil,
América do Norte e Europa.
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